domingo, 17 de fevereiro de 2008

Porquê agora?

A surpresa é me tirada de um trago,
nem me deram margem para acordar.
A solidão impera no meu corpo agora, ao tentar,
uma vez mais...tentar escapar das memórias do passado que ainda indago!

Ai...estranha sensação esta...
Sentir no peito a memória nunca antes lembrada..Nunca antes dita!
Porque se escapa a verdade por uma pequena fresta?
Porquê? Nunca pensei vir a desenterrar esta minha (teu passado) faceta inaudita...

Nunca..mas o tempo não passa...
Não passa não.. mas eu pequena, mortal e frágil, acredito.
Acredito que não me queres tirar a paz do sono, essa dormente fumaça...

Não queiras o fantasma do impossível..esse provado mito!

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Menina Boneca


Boneca Princesa de porcelana
Vive com sorriso de pedra,
Frio, igual ao que lhe reflecte a esfera da sua sociedade mundana.
Aparentando doce encanto, esconde a verdade a real tirana.

É sempre igual o seu trono de quente seda.
Espera enquanto não cai o pano que a lucidez lhe veda.
Desejo contido, uma vez mais, para não mostrar
Que mais amargas do que a queda,
Seriam as mãos de mel que a iríam amparar...

Suporta a cruz do passado e do futuro.
Queima-lhe as mãos o toque da palavra pensada no escuro.
O tempo foge-lhe, volteando nas baças colunas,
Reino amaldiçoado... serves a tua princesa de sorte infortuna...

É sempre igual o seu trono...
Mais uma vez esta boneca (marioneta, boneco de papel) se prostra,
Deixando-se mergulhar na beleza fria do seu infortúnio...

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Pecado

O pecado dos inocentes
reflete-se agora na minha alma...
a tua ausência mata-me...
uma e outra vez

O pecado que me mostras,
tira-me as asas da inocência,
pensei que tudo era assim...puro e sincero...
que direito tinhas tu de o fazer?
Deste-me a vida! ou pelo menos assim me pareceu...
Porque me deixas agora?

Pensa...

O pecado que tomas como certo,
é o punhal que me entrega à eternidade...
paz... por ti?
não... pelo pecado!

domingo, 23 de setembro de 2007

Acampamentos

não é bem assim que as coisas se passam.. mas achei engraçado...xD



Carta de um escuteiro para os pais:

«Queridos Pais
O nosso chefe disse-nos para vos escrevermos, p'ró caso de verdes a
inundação na televisão e ficardes preocupados. Estamos todos bem. Só uma
das tendas e dois sacos-camas é que foram na enxurrada. Felizmente,
nenhum de nós se afogou porque estávamos todos na montanha à procura do Zé quando aquilo aconteceu.
Ah! Por favor liguem à mãe do Zé e dizei-lhe ele está bem! Ele não pode escrever por causa do gesso.
Andei num dos jipes da GNR à procura dele! Foi fixe! Nunca o conseguiríamos encontrar se não fosse a trovoada. O Chefe passou-se com o Zé por ele ter ido fazer uma caminhada sozinho sem dizer a ninguém. O Zé disse que tinha dito ao Chefe, mas foi durante o incêndio, por isso o Chefe nem o ouviu.
Sabiam que se puserem uma botija de gás no fogo, a botija estoura? A
madeira molhada não ardeu, mas uma das tendas sim. E algumas das nossas roupas. O João vai ficar esquisito até o cabelo dele tornar a crescer.
Chegamos no sábado, se o Chefe conseguir consertar o carro. A culpa
não foi dele. Os travões funcionavam quando saímos daí. O Chefe diz que num carro velho é natural que estas coisas vão acontecendo; deve ser por isso que ele não tem seguro. Nós curtimos o carro! Não importa que fiquemos todos sujos ou suados. Quando fica muito quente, o Chefe deixa-nos ir em cima dos para-lamas, e com 10 pessoas lá dentro fica quente. Ele deixou-nos ir à vez no atrelado até ao polícia da Brigada de Trânsito nos ter multado por isso. O Chefe é um gajo fixe.
Não vos preocupeis, ele conduz bem. Ele até está a ensinar ao Miguel
como se conduz naquelas estradas de montanha onde não há carros, só
aqueles camiões cheios de madeira p'rás fábricas de papel.
Hoje de manhã, fomos mergulhar das rochas para o lago. O Chefe não me
deixou, porque eu não sei nadar, e o Zé teve medo de se afogar por causa do gesso, e por isso fomos na canoa. Foi um espectáculo. Ainda se conseguem ver árvores por causa da inundação. O Chefe é fixe, não é
rabugento como outros chefes. Nem se queixou por nós não levarmos
coletes de salvação. Ele tem passado muito tempo a tentar consertar o
carro, por isso estamo-nos a portar muito bem.
Conseguimos as Competências de Socorrista! Com o corte no braço que o
David fez ao mergulhar no lago, percebemos como se faz um torniquete. Eu e o Luís vomitamos, mas o Chefe disse que devia ser intoxicação
alimentar dos restos do frango. Ele diz que isso às vezes acontecia com a comida que eles comiam na cadeia. É porreiro que ele já tenha saído e tenha vindo p'ra nosso chefe.
Bem, tenho que acabar. Vamos à cidade mandar as cartas e comprar facas de mato e balas.

Muitos beijinhos,
Nelinho

PS - quando foi a última vez que tomei a vacina do tétano?

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Caixa de Pandora

Abri a Caixa de Pandora...
mas não foram os podres do mundo que se soltaram.
Prenderam-se antes as minhas máguas de outrora
que agora de mim se lembraram...

Estranha sensação de sentir o passado
como se fosse o agora...
e todos os erros me perseguem no calor do abismo de lembranças apinhado...
como se nunca mais fosse existir uma lúcida aurora...

Mas que interessa?
A caixa de pandora já esta fechada,
e com ela todos os meus medos se foram.
Não há já nada que me impeça
de a dor ver afastada
pela tua presença...

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Your Temptation


You left me,
Alone here,
Sitting on this rock,
With nothing more than my own fears...

You make me think
That you had love me.
But now you make me think,
That your love was a nightmare...

Poor man...useless thing that you called help...

By living me, only the dark night stands here...

So now...
Don't come back
Let me forget this pain called "love"

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Sangue Teu


Que se rasgue o meu peito em escarlate dor
por mão amiga...

Se rasguem os mares de Thor
pelos infiéis da romana legião...

Que ardam as terras de Deus,
em jus dos pecados cometidos por nós!

Que o pecado partilhe a alcova com os santos
e os puros de alma chorem tormentórios prantos!

Que o mundo acabe, agora, depressa...
pois toda a humanidade já por sangue não incessa...

Que se roubem os sonhos das jovens crianças,
que lhes seja dado o terror das ruas
para que estas de amor nascam cruas...

Que a fé e o amor deixem de existir,
para dar lugar ao Inferno que se está a expandir!

Que tudo o que agora foi dito, seja repetido pelo tempo;
Se torne para o vulgar homem um tormento;
Pois se nas minhas palavras a verdade parece falso argumento,
Porque não viéis vós que tal coisa já acontece neste momento?



foto por:vidabandidavida.weblogger.terra.com.br